Estatísticas dimensionam liderança do futebol na aposta esportiva

Levantamento da KTO revela preferências na aposta esportiva em agosto; dados oficiais indicam que 17,7 milhões de brasileiros apostam em sites legais.

As estatísticas mais recentes sobre as bets no Brasil revelam um cenário de contrastes. De um lado, dados de um site de aposta esportiva apontam o futebol como líder absoluto entre as modalidades mais escolhidas pelos apostadores em agosto de 2025. Do outro, pesquisas e números oficiais indicam que grande parte das apostas ainda ocorre em plataformas irregulares, apesar dos avanços da regulação.

No recorte de agosto, os dados da KTO reforçam a centralidade do futebol nas escolhas de quem participa da aposta esportiva. A modalidade respondeu por 88,17% das apostas registradas e concentrou mais de 83% dos usuários ativos. Entre os campeonatos mais apostados, o Brasileirão Série A liderou com 11,87%, seguido pela Série B (5,10%) e a Copa Libertadores (4,50%).

Outros esportes também ganharam espaço no período. O basquete, por exemplo, apresentou crescimento de quase 30% em relação a meses anteriores, enquanto o futsal teve aumento de mais de 60% em volume de apostas. Já os mercados mais buscados foram o de resultado final das partidas (41,81%), seguido pela chance dupla (5,55%) e pelo “ambos os times marcam” (4,84%).

Segundo levantamento da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF), no primeiro semestre deste ano, 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas em sites e aplicativos de operadoras autorizadas. A mesma análise registrou o bloqueio de mais de 15 mil páginas ilegais desde o fim de 2024, em um esforço para reduzir a atuação do mercado paralelo.

No entanto, uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva mostra que 61% dos apostadores brasileiros utilizaram plataformas não regulamentadas ao longo de 2025. O estudo evidencia a dificuldade de muitos usuários em identificar sites oficiais, além de destacar os impactos econômicos: apenas no segundo trimestre, estima-se que o país tenha deixado de arrecadar até R$ 2,7 bilhões em tributos devido à atuação de operadores ilegais.

Apesar da diversidade nas escolhas e da ampliação da oferta legal, a persistência do mercado irregular continua sendo um desafio para autoridades e empresas. O relatório da SPA-MF detalha que, além dos bloqueios de sites, foram encerradas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas a operações ilícitas, em parceria com instituições financeiras.

Os números de agosto reforçam a importância da aposta esportiva no cenário brasileiro, tanto como atividade de entretenimento quanto como tema de regulação. Enquanto cresce o número de apostadores em plataformas oficiais, a presença massiva do mercado ilegal indica que os próximos passos da política pública devem se concentrar em mecanismos de fiscalização, transparência e educação dos usuários.