Veracel atinge seu menor índice de uso de água para a fabricação de celulose
Empresa alcança em 2022 o recorde de 20,6 metros cúbicos de água por tonelada de celulose produzida, além de somar bons resultados de reaproveitamento de resíduos e de redução do uso de gás natural no processo produtivo

REDAÇÃO BAHIA DIA A DIA - 24/01/2023 - 15:15
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A Veracel, indústria de celulose da região sul da Bahia, alcançou, em 2022, o menor índice anual de sua história de uso de água em suas atividades: 20,6 m³/tsa, ou seja, 20 metros cúbicos de água por tonelada de celulose produzida. A meta da empresa, considerada um ativo classe mundial, era de 22m³/tsa. Esse resultado é ainda melhor que o registrado em 2021, de 22,4 m³/tsa.

“Chegar a esse índice, com uma ampliação ainda maior dos bons resultados que já vínhamos obtendo, é o resultado de um trabalho de muitos anos que desenvolvemos, sempre em busca de oportunidades de diminuir ao máximo a utilização dos recursos naturais”, destaca Tarciso Matos, coordenador de Meio Ambiente da Veracel. 

Dentro de sua estratégia ESG, desde 2015 a empresa vem aplicando uma diversa gama de medidas em seu processo produtivo, com foco na preservação ambiental. “Existe todo um ciclo que se aproveita dessas ações. Ao utilizarmos menos água, temos vários ganhos adicionais. Por exemplo: menos recursos químicos serão necessários para tratar essa água, e menor é o gasto energético para levar a água até a empresa”, explica o coordenador.

Uma das medidas adotadas para reduzir o uso de água foi a automação de tanques. Isso evita o transbordo e, em consequência, o desperdício. Também foram instalados novos alarmes nos painéis de controle para os operadores aprimorarem o monitoramento do uso de água e evitarem qualquer desperdício, além de ferramentas de gestão online de controle do consumo.

Reaproveitamento de resíduos e redução do uso de gás

A empresa se destacou ainda em outros resultados ambientais, como reaproveitamento de resíduos e na redução do uso de gás natural nos processos fabris. Em 2022, a Veracel obteve 100% de reaproveitamento de resíduos durante quatro meses: junho, setembro, outubro e novembro. No consolidado dos últimos dez anos – considerando o período 2012 para 2022, -- aumentou seu índice de reciclagem de resíduos em aproximadamente 27%. 

Um dos destaques desse trabalho é a reciclagem da cal queimada - um resíduo que não era reciclável até 2019. “Descobrimos que o rejeito da cal queimada em reação química com outros elementos podia ser convertido em carbonato de cálcio, um material que serve para corrigir a acidez de solo”, destaca Matos.

Outra conquista relevante para a Veracel no ano passado foi a conclusão de um projeto para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por meio da diminuição do uso do gás natural, um combustível de origem fóssil. Equipes internas se desafiaram para aumentar o consumo de hidrogênio e metanol como combustíveis auxiliares, reduzindo assim o uso de gás natural. “O gás hidrogênio já é gerado dentro da fábrica, no processo de produção de dióxido de cloro”, explica Ronisson Lima, Coordenador de Forno Caustificação. “Já o metanol, derivado da madeira e, portanto, de origem orgânica, é destilado e purificado na área da evaporação, a partir da água dos licores gerados no processo de produção da celulose”, complementa Lima.

Em 2022, a redução de gás natural acumulada nos processos fabris chegou a 13% desde o início das operações, um total equivalente a 6 milhões de metros cúbicos que deixaram de ser queimados. Com isso, deixaram de ser emitidas para a atmosfera 12.400 tCO2eq (toneladas de CO2 equivalente). A meta para esse ano é atingir uma redução adicional de 1% do consumo anual de gás.

Atualmente, a matriz energética das Caldeiras e Forno de Cal da Veracel é composta por apenas 4,99% de combustível fóssil – os 95,01% restantes são combustíveis não fósseis provenientes de fontes alternativas de biomassa. Deste total de combustíveis fósseis, 4,36% contemplam o uso de gás natural no forno de Cal e 0,63% contemplam o uso de óleo BPF que é queimado apenas nos momentos de parada e partida da fábrica. A companhia também segue estudando fontes alternativas de biomassa, como o uso de óleo ecológico, fibra do coco e cascas de cupuaçu, tanto para produção energética, como para ampliação da reciclagem, minimizando o impacto de possíveis passivos ambientais, além de gerar novos negócios para os produtores locais, promovendo a economia circular da região. 

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