Chaves ganha versão brasileira com ator de 11 anos

iBahia - 15/08/2016 - 10:55
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Quando Chaves estreou no Brasil, em 1984, Leônidas José, de 11 anos, ainda nem tinha nascido. Seu primeiro contato com o emblemático personagem interpretado por Roberto Bolaños só se deu aos quatro anos. E foi paixão à primeira vista. O que ele não sabia é que, anos depois, iria interpretar o garoto órfão do cortiço no curta-metragem “Moleque”, inspirado na inesquecível série mexicana.

"Eu me identifico ao assistir às brigas entre o Seu Madruga (Ramón Valdés) e a Chiquinha (María Antonieta de las Nieves). Que criança não leva bronca dos pais? A pobreza também chama a minha atenção. Sou coração mole", justifica o mineirinho.

Escolhido após inúmeros testes, Leônidas faz teatro há 4 anos, toca ukulele (instrumento musical de cordas havaiano) e estreou na carreira aos 5 anos, no longa “Meu pé de laranja lima” (2012). Ele também gosta de ler e, para o papel, perambulou descalço pelas ruas de Belo Horizonte e acompanhou de perto a rotina de meninos de rua.

"A maior dificuldade foi encontrar uma criança talentosa e adaptar essa história para a realidade brasileira, dando um tom mais realista e menos caricatural", explica o diretor e idealizador do projeto, Marcos Pena, que se inspirou em episódios marcantes, como “A sociedade” (1978), em que Seu Madruga vende churros, e “Remédio duro de engolir” (1972), quando Seu Madruga passa sufoco para convencer Chiquinha a tomar o remédio.

São várias as diferenças entre a releitura brasileira e a produção original mexicana. A vila do Chaves, por exemplo, foi transportada para a comunidade de Santa Efigênia, em Belo Horizonte, e o personagem-título, no curta-metragem, chama-se Moleque, significado de Chavo em espanhol. Quico, por sua vez, virou Fred. Chiquinha (apelido de Francisquinha) é Fran; Dona Florinda (Florinda Meza), Flora (Paula Santiago) e Seu Madruga, Soneca (Geraldo Carrato). Outros personagens, como Professor Girafales (Eloi Oliveira) e Dona Clotilde (Lilian Campomizzi) aparecem timidamente. Já bordões e tapas na cara ficaram de fora.

"Que menina se apresentaria no Brasil como Chiquinha? Também trago um Sr. Barriga do século 21, que ostenta correntes de ouro. A figura do cara de terno engomadinho é muito teatral", argumenta o cineasta. Depois de ser selecionado para festivais na Espanha, na Índia e nos Estados Unidos, Pena sonha agora exibir seu filme no SBT e, quem sabe, até continuar a série. Encorajado a enviar o projeto para Roberto Gómez Fernández, filho de Bolaños, ele diz ter sido surpreendido: "Eles aprovaram e disseram que estava tudo ok. Na verdade, não precisei pedir direitos, porque curta-metragem não tem vínculo comercial".

 

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